sexta-feira, outubro 31, 2025
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Moedas digitais: entenda como funcionam as criptomoedas e como investir

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As moedas digitais ganharam popularidade ao longo dos anos. Quem acompanha o mercado, mesmo que de longe, certamente já foi surpreendido pelos altos e baixos dessas moedas no noticiário. A mais famosa é o Bitcoin, mas muitas outras também já têm relevância – e também a simpatia dos investidores. Mas afinal, o que é uma criptomoeda? Como funcionam esses ativos e como negociá-los?

Vamos te apresentar um guia para quem quer dar os primeiros passos no mundo das moedas digitais e precisa saber por onde começar. É uma classe de ativos nova no mercado e, justamente por isso, desperta muitas dúvidas em quem ainda está aprendendo.

O que são criptomoedas?

Genericamente, uma criptomoeda é um tipo de dinheiro – como outras moedas com as quais convivemos cotidianamente – com a diferença de ser totalmente digital. Além disso, ela não é emitida por nenhum governo (como é o caso do real ou do dólar, por exemplo).

Mas isso é possível? Para explicar que sim, Fernando Ulrich, autor do livro Bitcoin: A moeda na era digital, faz uma analogia bem simples: “O que o e-mail fez com a informação, o Bitcoin fará com o dinheiro”.

Antes da internet, as pessoas dependiam dos correios para enviar uma mensagem a quem estivesse em outro lugar. Era preciso um intermediário para entregá-la fisicamente – inimaginável para quem tem acesso a e-mail e outros serviços de mensageria.

Algo semelhante acontecerá com as moedas virtuais no futuro. “Com o Bitcoin você pode transferir fundos de A para B em qualquer parte do mundo sem jamais precisar confiar em um terceiro para essa simples tarefa”, explica Ulrich no livro.

Embora o Bitcoin seja a moeda digital mais conhecida, o conceito de criptomoeda é anterior a ele. Segundo o site Bitcoin.org, mantido pela comunidade ligada ao Bitcoin, as criptomoedas foram descritas pela primeira vez em 1998 por Wei Dai, que sugeriu usar a criptografia para controlar a emissão e as transações realizadas com um novo tipo de dinheiro. Isso dispensaria a necessidade da existência de uma autoridade central, como acontece com as moedas convencionais.

Para que servem as criptomoedas

As criptomoedas podem ser usadas com as mesmas finalidades do dinheiro físico em si. As três principais funções são servir como meio de troca, facilitando as transações comerciais; reserva de valor, para a preservação do poder de compra no futuro; e ainda como unidade de conta, quando os produtos são precificados e o cálculo econômico é realizado em função dela.

Na visão de Ulrich, moedas como o Bitcoin ainda não adquiriram o status de unidade de conta, em função da grande volatilidade a que seus preços estão sujeitos por enquanto.

O que é mineração?

Para entender o que é mineração, é preciso saber que as moedas digitais – como o Bitcoin – representam um código complexo que não pode ser alterado. As transações realizadas com elas são protegidas por criptografia.

Como não há uma autoridade central que acompanhe essas transações, elas precisam ser registradas e validadas uma a uma por um grupo de pessoas, que usam seus computadores para gravá-las no chamado blockchain.

O blockchain é um enorme registro de transações. Segundo Ulrich, trata-se de um banco de dados público onde consta o histórico de todas as operações realizadas com cada unidade de Bitcoin (outras moedas digitais se baseiam nessa mesma tecnologia). Cada nova transação – uma transferência entre duas pessoas, por exemplo – é verificada contra o blockchain, para assegurar que os mesmos Bitcoins não tenham sido previamente usados por outra pessoa.

Quem registra as transações no blockchain são os chamados mineradores. Eles oferecem a capacidade de processamento dos seus computadores para realizar esses registros e conferir as operações feitas com as moedas – em troca disso, são remunerados com novas unidades delas. Bitcoins são criados conforme os milhares de computadores que formam essa rede conseguem resolver problemas matemáticos complexos que verificam a validade das transações incluídas no blockchain.

Em outras palavras, a mineração representa a criação de novas unidades de alguns tipos de moedas digitais. Se mais computadores passam a ser usados para aumentar a capacidade de processamento voltada à mineração, os problemas matemáticos que precisam ser resolvidos se tornam mais difíceis. Isso acontece exatamente para limitar o processo de mineração.

“O Bitcoin foi projetado de modo a reproduzir a extração de ouro ou outro metal precioso da Terra: somente um número limitado e previamente conhecido de bitcoins poderá ser minerado”, explica Ulrich em seu livro. (Mais detalhes na seção “Bitcoin” deste guia)

Como funciona a variação de preço das moedas digitais?

Basicamente, o preço das moedas digitais varia segundo a boa e velha lei da oferta e da demanda. Nas épocas em que as criptomoedas ganham mais atenção, é normal que elas sejam mais procuradas pelos investidores, o que amplia o volume de compras – e consequentemente, os preços tendem a subir.

“Há somente um número limitado de bitcoins em circulação e novos Bitcoins são criados em uma taxa previsível e decrescente, o que significa que a demanda deva seguir este nível para manter seu preço estável”, explica o site Bitcoin.org.

Por ser um mercado ainda pequeno, poucas operações com criptomoedas são capazes de causar um impacto relevante nas cotações. Em um período de apenas três meses em 2017, por exemplo, o preço do Bitcoin saltou de cerca de US$ 4.370 para US$ 13.800.

Pouco mais de um ano depois, já havia recuado novamente para US$ 3.500. As cotações, como se vê, podem ser bastante voláteis.

Principais criptomoedas

Embora o Bitcoin seja a moeda digital mais conhecida – as duas palavras muitas vezes tidas como sinônimos – existe uma variedade de outros tipos, com características distintas. Conheça as principais criptomoedas disponíveis no mercado:

Bitcoin

Bitcoin (BTC) é a mais conhecida das moedas digitais. Trata-se do primeiro sistema de pagamentos global totalmente descentralizado. Foi desenhado em 2008, em meio à crise financeira global iniciada no mercado americano de hipotecas, com o objetivo de substituir o dinheiro de papel, além de eliminar a necessidade da presença de bancos para intermediar operações financeiras.

Segundo o site Bitcoin.org, a primeira especificação do Bitcoin e prova de conceito foram publicados em um artigo assinado por Satoshi Nakamoto, pseudônimo de um programador (ou grupo de programadores) até hoje não identificado. Ele inventou a lógica de funcionamento do blockchain, sistema que possibilitou a existência do Bitcoin.

No artigo, Nakamoto estabeleceu que haverá no máximo 21 milhões de bitcoins em circulação. Estima-se que a última moeda será minerada no ano de 2140.

Bitcoin Cash

O Bitcoin Cash (BCH) é uma nova versão do Bitcoin original, criada mais recentemente – em agosto de 2017. Ela foi desenvolvida numa tentativa de aperfeiçoar a primeira moeda, que conta com taxas consideradas elevadas e demanda um tempo grande de processamento de cada operação.

A principal diferença é que o Bitcoin Cash possui um limite de tamanho de bloco de 8 MB, bem maior que o de 1 MB do Bitcoin original. Com isso, as confirmações das transações podem acontecer de maneira mais rápida e também com taxas mais baixas. Isso garante a ela uma escala ainda maior que a da sua predecessora.

Quem tinha Bitcoins recebeu em suas carteiras a mesma quantidade de Bitcoin Cash quando foi criada. As regras de funcionamento são semelhantes às do ativo original, também com um limite de 21 milhões de moedas.

Ethereum

Existem algumas semelhanças, mas também diferenças, entre o Bitcoin e o Ethereum (ETH). A moeda digital original, na verdade, se chamava Ether. Em 2016, no entanto, um hacker encontrou uma falha no sistema e, a partir dela, conseguiu roubar o equivalente a US$ 50 milhões em Ether. Diante de dúvidas sobre o que seria do futuro da moeda, a comunidade que a mantinha optou por criar uma nova rede.

O Ether original – alvo do roubo – passou a ser chamado de Ethereum Classic e a moeda que começou a circular na nova rede ganhou o nome de Ethereum. Com o apoio da comunidade, ela vale mais que a sua primeira versão.

Originalmente, o Ether não foi criado para ser uma moeda digital como o Bitcoin. A ideia era que se tornasse um ativo para recompensar os desenvolvedores pelo uso da plataforma Ethereum em seus projetos. Trata-se de uma plataforma descentralizada utilizada para executar “contratos inteligentes”, que são operações realizadas automaticamente quando certas condições são cumpridas.

O blockchain também é a base para a validação das transações com Ethereum, para garantir a segurança e ainda evitar fraudes. Assim como no caso do Bitcoin, a criação de novas moedas também se baseia no processo de mineração. Hoje, o Ethereum está entre as criptomoedas mais negociadas do mundo.

Tether

Ao contrário do Bitcoin e outras moedas digitais, o Tether (USDT), lançado em 2014 por uma empresa de mesmo nome, é uma stablecoin, porque tem lastro em uma moeda física. A proposta dessa criptomoeda é de manter uma paridade com o dólar americano. Ou seja, para cada Tether emitido é preciso haver um dólar equivalente em caixa.

Desde que a criptomoeda foi criada, no entanto, especialistas questionam a paridade, já que a empresa não oferecia transparência sobre como fazia para segui-la. Em 2019, foi anunciado que nem todo Tether está realmente lastreado em um dólar. Segundo a empresa, 100% deles são garantidos, mas não apenas por moeda tradicional, como também por equivalentes de caixa e outros ativos ou recebíveis de empréstimos feitos pela Tether a terceiros.

A característica do Tether é ser uma moeda estável que representa moedas físicas no mundo digital. Devido à menor volatilidade, ele se tornou uma boa opção para realizar transferências entre sistemas e com diferentes criptomoedas. Assim, investidores se protegem das variações de preço de outros ativos e evitam o risco de ter perdas significativas durante essas operações.

O Tether é predominantemente negociado na Bitfinex, uma grande bolsa de criptomoedas, que tem acionistas e executivos em comum com a Tether (a empresa controladora da moeda). Embora possua algumas vantagens em relação a outros ativos digitais, já esteve envolvido em grandes polêmicas.

Já houve, por exemplo, uma acusação da Procuradoria Geral de Nova York de que a Bitfinex teria usado reservas do Tether para cobrir um rombo de US$ 850 milhões nas suas contas a partir de 2018. Outra suspeita é de que a moeda tenha sido utilizada por um especulador em operações para manipular o preço do Bitcoin no mercado, com conhecimento ou até envolvimento da Bitfinex. São acontecimentos ainda por esclarecer.

Ripple

O Ripple (XRP) é um protocolo de pagamento distribuído criado em 2011, e a moeda desse sistema é a XRP. Uma característica da plataforma Ripple é suportar na sua rede outros tokens representando moedas tradicionais e até outros bens. A ideia é que o sistema permita realizar pagamentos seguros e instantâneos.

Idealizado pelo desenvolvedor Ryan Fugger, o empresário Chris Larsen e o programador Jed McCaleb, o Ripple foi criado em 2012. Não se trata apenas de uma moeda, mas de um sistema em que qualquer moeda – incluindo a criptomoeda mais conhecida, o Bitcoin – possa ser negociada. Em certa medida, o funcionamento Ripple se assemelha em algum grau ao dos bancos, por aceitar vários ativos e facilitar a realização das transações.

Justamente por isso, o Ripple vai na contramão do discurso sobre as moedas digitais em geral, que têm como ideal a não dependência do sistema financeiro tradicional para realizar operações. Outra característica diferente do sistema é que não há um processo de mineração, como no caso do Bitcoin e do Ethereum.

Litecoin

O Litecoin (LTC) foi criado em 2011 por um ex-funcionário do Google chamado Charlie Lee e tem muitas características semelhantes ao Bitcoin. A principal diferença está no processo de mineração, que busca reduzir o tempo necessário para confirmar transações feitas com a moeda. A intenção é de que seja mais fácil para qualquer pessoa participar do processo de criação de novos Litecoins.

Por conta do processamento mais rápido de transações, o Litecoin é considerado uma alternativa melhor para a realização de operações no dia a dia. O Bitcoin, por sua vez, funcionaria melhor como uma reserva de valor. O Litecoin foi projetado para produzir mais unidades, com um limite de 84 milhões de moedas, contra 21 milhões do Bitcoin.

Vantagens e riscos de investir em criptomoedas

Criptomoedas são ativos recentes e com uma lógica bastante sofisticada de funcionamento. Por isso, ainda há muita gente procurando entender melhor como operar com elas.

As moedas digitais têm algumas vantagens sobre moedas físicas e outros meios de pagamentos. O site Bitcoin.org lista as seguintes para os Bitcoins:

Liberdade de pagamento: Com um Bitcoin, é possível enviar ou receber qualquer valor instantaneamente em qualquer lugar.

Taxas baixas: Atualmente, pagamentos realizados com moedas digitais são processados com taxas baixas ou até isentas. Há cobranças caso os usuários desejem ter uma confirmação mais rápida das operações pelo sistema. Para o comércio em geral, existem serviços baseados em Bitcoins em que o processamento das vendas e a transferência dos valores são realizados diariamente e com custos menores do que os dos métodos tradicionais, como PayPal ou redes de cartão de crédito.

Segurança: Segundo o site Bitcoin.org, os pagamentos com Bitcoin podem ser realizados sem vincular informações pessoais do usuário à transação. “Isto oferece forte proteção contra furto de identidade”, informa. Outra vantagem é que o usuário pode proteger o dinheiro com cópias de segurança e criptografia.

Transparente: Todas as informações sobre a oferta de unidades de Bitcoin ficam disponíveis na blockchain para qualquer pessoa. Ninguém, nem nenhuma organização, pode controlar ou manipular o protocolo da moeda digital porque ele é criptografado. Com isso, o núcleo do Bitcoin é reconhecido como confiável por ser neutro, transparente e previsível.

Quem aposta no mercado de moedas digitais, por outro lado, precisa estar atento para uma série de detalhes que são específicos desse segmento. Alguns deles são:

Grau de aceitação: Como uma quantidade relativamente pequena de pessoas conhece e – menor ainda – usa as moedas digitais, são poucos os estabelecimentos que aceitam essa forma de pagamento, conforme informa o site Bitcoin.org.

Volatilidade: Grandes ajustes de preços não são raros em moedas digitais como o Bitcoin. Isso acontece exatamente porque, aos poucos, as criptomoedas estão ganhando visibilidade, o que atrai muitos novos usuários e acaba sobrevalorizando o ativo.

“Esses ajustes se assemelham a bolhas especulativas tradicionais: coberturas da imprensa otimistas em demasia provocam ondas de investidores novatos a pressionar para cima o preço do Bitcoin. A exuberância, então, atinge um ponto de inflexão, e o preço finalmente despenca”, explica Ulrich. Alguns analistas se mostram céticos a esse comportamento, enquanto outros acreditam que o amadurecimento do mercado e do sistema tendem a reduzir a volatilidade ao longo do tempo.

Segurança: Embora o Bitcoin.org reforce a segurança como um aspecto positivo da moeda digital, Ulrich ressalta que se os usuários não forem cuidados correm o risco de “apagar” ou perder seus Bitcoins. “Uma vez que o arquivo digital esteja perdido, o dinheiro está perdido, da mesma forma com dinheiro vivo de papel”, afirma.

Ulrich explica que as carteiras de moedas digitais podem ser protegidas por criptografia, mas que cabe ao usuário ativá-la. “Se um usuário não cifra a sua carteira, os Bitcoins podem ser roubados por malware”, diz. Da mesma forma, as casas de câmbio de moedas digitais precisam se proteger da ação de hackers – notícias sobre roubos acontecem eventualmente.

Como investir em criptomoedas

Existem algumas formas de investir ou adquirir Bitcoins e outras criptomoedas. É possível comprar cotas de fundos de criptomoedas, negociá-las diretamente em uma corretora especializada (também conhecida como exchange), aceitando as moedas digitais como pagamento em algum negócio ou ainda minerando.

Adquirir cotas de fundos é uma das formas mais simples. Em 2018, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permitiu que os fundos brasileiros fizessem investimentos indiretos em criptomoedas no exterior – comprando derivativos ou cotas de outros fundos, por exemplo.

Essas carteiras são distribuídas por corretoras e plataformas de investimento e alguns demandam aplicações de valor relativamente baixo (de R$ 5.000 ou até menos). Os fundos podem ser uma boa alternativa para quem quer se expor ao mercado de criptomoedas, mas não se sente seguro para fazer isso sozinho, já que quem decide e acompanha as aplicações é um gestor especializado.

Outra forma relativamente simples de investir em Bitcoins e outras criptomoedas é por meio de uma corretora especializada. Existem algumas casas no Brasil, chamadas de exchanges, que oferecem esse tipo de serviço.

O primeiro passo é abrir uma conta na exchange, preenchendo um cadastro com dados pessoais. É possível que ela solicite a apresentação de alguns documentos ou cópias deles para validar a identidade do investidor.

Algumas corretoras adotam mecanismos extras de proteção, além das usuais senhas, como tokens. Se for o caso da Exchange que você tiver escolhido, será preciso fazer as devidas ativações. Depois, basta transferir dinheiro para a conta e começar a operar.

Fonte: Com informações do InfoMoney

Ananda Santos

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ANANDA SANTOS

Proposta proíbe a exigência de foto em currículo para vaga de emprego

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O Projeto de Lei 187/21 da Câmara dos Deputados proíbe a exigência de fotografia em currículos ou fichas de inscrição em vaga de emprego.

Para o autor do projeto, deputado Juninho do Pneu (DEM-RJ), o objetivoé evitar a discriminação de candidatos cuja aparência física não seja adequada ao padrão considerado ideal pelo empregador.

“Trata-se de uma forma disfarçada de exigir do candidato a chamada “boa aparência” ou “boa apresentação”, que, historicamente, sempre traduziu um mecanismo de
discriminação racial”, explica.

Ele afirma que apesar da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já determinar a proibição da adoção de critérios discriminatórios, não há expressa vedação à solicitação da fotografia do candidato à vaga.

Por isso, o projeto leva em consideração a Constituição Federal de 1988, que consagrou inúmeros princípios que garantem o tratamento igualitário entre as pessoas, inserindo o princípio de isonomia no rol dos direitos e garantias fundamentais.

 

Danielle Nader

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DANIELLE NADER

19 situações possíveis para sacar o FGTS em 2021

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FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é um direito assegurado aos trabalhadores que atuam no regime de CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), ou seja, com carteira assinada.

Toda vez que o funcionário é dispensado sem justa causa pode sacar os valores depositados no fundo e assim ganhar um fôlego até conseguir uma recolocação. O que muitos trabalhadores não sabem é que é possível levantar os recursos mesmo quando você ainda estiver trabalhando.

Existem alguns cenários que permitem que o trabalhador saque o valor total do benefício e listou as 19 situações em que é possível sacar o dinheiro do fundo. Vale destacar que duas dessas modalidades permitem resgatar apenas parte do valor depositado na conta do FGTS.

Saque FGTS

Situações que permitem o saque total do FGTS:

  • Dispensa sem justa causa;
  • Rescisão por acordo entre empregador e empregado;
  • Compra da casa própria;
  • Complementar pagamento de imóvel comprado por meio de consórcio;
  • Complementar pagamento de imóvel financiado pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação);
  • Rescisão por término de contrato por prazo determinado;
  • Por fechamento da empresa;
  • Rescisão por culpa recíproca (empregador e empregado) ou por força maior;
  • Rescisão por aposentadoria;
  • Em caso de desastres naturais;
  • Se um trabalhador avulso, empregado através de uma entidade de classe, fica suspenso por período igual ou superior a 90 dias;
  • Trabalhadores com 70 anos ou mais;
  • Trabalhadores ou dependentes portadores de HIV;
  • Trabalhadores ou dependentes diagnosticados com câncer;
  • Trabalhadores ou dependentes que estejam em estágio terminal por causa de uma doença grave;
  • Empregados que ficam três anos seguidos ou mais sem trabalhar com carteira assinada;
  • Em caso de morte do trabalhador, os dependentes e herdeiros judicialmente reconhecidos podem efetuar o saque.

Saque parcial FGTS

Situações que permitem o saque parcial do FGTS:

– Saque aniversário: permite que os trabalhadores possam realizar o saque de parte do FGTS uma vez ao ano, em data próxima ao seu aniversário. A modalidade possui algumas regras e ao optar pelo saque-aniversário o funcionário fica por dois anos sem direito de realizar o saque em caso de demissão.

– FGTS Emergencial: essa modalidade foi criada ano passado e permitiu o saque de até um salário mínimo das contas do fundo. O governo prepara uma nova rodada de saques do FGTS Emergencial para este ano.

Danielle Nader

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DANIELLE NADER

Veja quais bancos já oferecem conta em dólar no Brasil

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Enquanto Banco Central (BC) e parlamentares discutem avanços no universo das transações internacionais no Brasil, com a nova lei cambial aprovada na Câmara dos Deputados, alguns bancos se adiantaram ao debate e já oferecem a possibilidade de seus clientes terem conta corrente em outras moedas que não apenas o real.

Hoje, ter conta em moeda estrangeira no Brasil é permitido apenas para um grupo restrito de instituições, que inclui os bancos, casas de câmbio, emissoras de cartão, embaixadas e algumas outras atividades especializadas.

A possibilidade de ampliar as contas internacionais para pessoas e empresas no país foi um dos pontos de debate do projeto de lei que institui o novo marco regulatório do mercado de câmbio.

O texto segue agora para ser votado no Senado. As restrições a essas contas, porém, devem continuar ainda por algum tempo mesmo depois de a nova lei entrar em vigor, já que o Banco Central planeja fazer uma flexibilização gradual.

Movimentações no exterior

Poder ter uma conta em outra moeda no Brasil é um jeito mais fácil de fazer movimentações no exterior sem precisar levar o dinheiro daqui para lá. Isso pode ser feito por meio de transferências, saques ou pagamentos com cartão de débito realizados fora e descontados diretamente da conta no Brasil.

É uma alternativa, por exemplo, aos cartões internacionais pré-pagos, que pagam imposto, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mais alto.

Por outro lado, o BC teme que a expansão rápida de contas em outras moedas no país possa estimular os brasileiros a fazerem suas reservas em dólar e criar o risco de uma dolarização da economia, como aconteceu na Argentina. Por isso, a intenção da instituição é rever as regras atuais lentamente.

Menos imposto

Mais comuns, as transações com o cartão pré-pago internacional são consideradas compras no exterior e paga o IOF de 6,38%, adicionado sobre o valor movimentado. Já no caso das contas internacionais, o IOF é cobrado na hora em que o dinheiro é colocado na conta, quando é convertido do real para a outra moeda, e é de 1,1%.

O depósito deve ser feito em reais na conta normal do banco e, daí, transferido para a conta internacional, com a conversão de uma moeda para a outra sendo feita neste momento e com base na cotação do dia.

É nessa hora que o IOF é aplicado, e por isso cobra os mesmos 1,1% de uma conversão de câmbio normal, como é na troca em dinheiro em uma casa de câmbio. Os saques ou pagamentos com o cartão de débito, depois, não pagam mais o imposto. Quando o saldo da conta em moeda estrangeira é transferido de volta para a conta em reais, há uma nova cobrança de IOF, de 0,38%.

Um cálculo feito pelo banco C6 aponta que a economia por deixar de pagar o IOF mais caro do cartão pré-pago é de R$ 450 para cada 1.000 euros movimentados (o cálculo considerou um euro a R$ 6 com margem de 2% adicionada pelo banco).

Os bancos digitais BS2 e C6 são alguns que já oferecem esse serviço para pessoas físicas. Eles conseguem fazer isso por meio de agências internacionais próprias ou parceiras. As contas em dólar ou em euro são vinculadas à conta corrente que o cliente já tenha em reais no banco. Veja como funciona:

BS2

O BS2 oferece desde o fim de 2019 a opção de conta internacional para pessoas físicas no Brasil. Em novembro, chegou a 100 mil clientes na opção. No fim de janeiro, abriu a modalidade também para pessoas jurídicas. Por enquanto, a única opção disponível é em dólar.

Os correntistas têm um cartão de débito internacional que pode ser usado em lojas e estabelecimentos de outros países, além de compras online (para os sites que aceitam residência no Brasil). A primeira via do cartão é gratuita.

Se o pagamento for em dólar, não há nova conversão, porque o saldo da conta já é em dólares. Se for em outra moeda, como euro ou peso argentino, por exemplo, será feita a conversão do dólar para a moeda da compra, considerando a cotação do momento. O desconto é feito diretamente do saldo disponível na conta.

O depósito deve ser feito em reais na conta digital normal do banco e convertido para dólar com base na taxa de câmbio do dia. Sobre cada conversão incide a cobrança de IOF de 1,1%.

Os clientes também podem fazer saques em vários países, em caixas eletrônicos da rede Cirrus.

A abertura da conta é gratuita e também não há taxas de manutenção. Há, porém, tarifas por algumas operações. Os saques custam US$ 5 (R$ 27) e enviar ou receber uma ordem de pagamento, que são uma espécie de transferência, custa US$ 12 (R$ 65). As transferências feitas para outras contas internacionais do próprio BS2 são gratuitas.

O valor aplicado pelo banco no câmbio é o da cotação do dólar comercial em reais do dia, acrescido de uma margem de 2%.

C6 

O banco digital oferece desde o fim de 2019 a opção de conta corrente em dólar e, em dezembro, passou a oferecer a opção também em euro.

Qualquer correntista do banco pode solicitar a conta internacional, que vem acompanhada de um cartão de débito internacional da MasterCard e que pode ser usado em qualquer local onde a bandeira seja aceita. Se o cliente tiver as duas contas – em dólar e em euro – terá um cartão para cada uma delas.

Os saques podem ser feitos com o cartão em qualquer caixa eletrônico da rede Cirrus no mundo. Cada saque custa US$ 5 para a conta em dólar e € 5 na conta em euro.

Abrir a conta custa US$ 30 (R$ 161), o que já inclui a emissão do cartão. Clientes com mais de R$ 20 mil em investimentos no banco são isentos. A manutenção das contas é gratuita a não ser que elas fiquem sem movimentação por 12 meses. Neste caso, é cobrada uma tarifa de US$ 10 (R$ 54).

Da mesma forma que no BS2, o depósito deve ser feito em reais na conta normal e transferido daí para a internacional. Isso pode ser feito a qualquer momento pelo aplicativo, e o saldo fica disponível da hora.

A conversão para o dólar ou o euro é feita sob a taxa de câmbio do momento, e há a cobrança de 1,1% em IOF. De acordo com o banco, é usada a cotação comercial das moedas no dia, acrescidas de margem de 2%, válida para as operações em horário comercial.

Danielle Nader

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DANIELLE NADER

Especialista dá dicas para se organizar financeiramente e passar 2021 no azul

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Os primeiros meses do ano são sempre um desafio quando o assunto é finanças, não é mesmo? São diversas contas a pagar e você acabou de sair de um período de celebrações e presentes, ou seja, é hora de retomar a rotina. A boa notícia é que ainda tem muitos dias e meses pela frente, e o especialista em gestão de finanças do Ailos, Diogo Anderson Angioleti, separou algumas dicas importantes para você se organizar financeiramente e tirar alguns sonhos, transformando-os em projetos de vida para 2021.

Organização é a chave

A primeira dica, na verdade, regerá todas as demais, afinal de contas, com organização é possível acertar todas as contas, fugir do endividamento excessivo e ainda investir em algo que você realmente deseja. Faça um orçamento doméstico pessoal sem esquecer de incluir a sua família com previsão anual. Não devemos nos planejar apenas para o mês e, sim, para o ano todo, justamente porque existem dívidas sazonais, desta forma, é mais fácil conquistar objetivos e fugir das tentações das compras desnecessárias. O objetivo principal do orçamento é não se endividar demais, gastando menos do que se ganha. Você pode elaborar sua organização por meio de registro em uma planilha, aplicativos ou mesmo em um caderno de anotações.

Quer viver com as contas no azul? Então seja prático.

Comece anotando tudo o que você ganha e o que você gasta ou pensa em gastar. Agrupe as receitas (salário e qualquer renda extra que você receber) e também as despesas separadas em grupos, por exemplo: luz, água e internet ficam no grupo da habitação; mercado e padaria ficam no grupo alimentação, e assim por diante. Fazendo isso, você conseguirá analisar com bastante clareza qual o grupo que está gastando mais e ver se são coisas realmente importantes, ou se você pode cortar certos gastos e economizar. Seja claro e objetivo, tenha também um plano para seus investimentos, seja uma viagem ou a realização de qualquer outro sonho, pois poupar tendo um objetivo em mente nos ajuda a ter mais compromisso. Mesmo que nos primeiros meses seja difícil, persista, assim você vai criar o hábito de poupar.

Tenha disciplina e dedicação

Se você já está endividado, é preciso parar e se conscientizar sobre o que você deve, liste todas as pendências e crie um plano para a ação. Verifique as contas e priorize as que têm juros, além de analisar quais são mais fáceis de renegociar, garantindo mais tempo para quitá-la. Em último caso, é possível buscar crédito, porém, é preciso ter muito cuidado, já que com ele sua dívida não desaparece, ela apenas passa para outro local e é parcelada. O ideal mesmo é ter uma reserva financeira para não passar por estes momentos de dificuldade. Ah! Lembre-se de viver de forma planejada garante sua contínua capacidade de compra, ao contrário da vida privada por causa de exageros.

Não menospreze o pouco e invista!

Primeiro precisamos entender que poupar e investir são duas coisas diferentes. Poupar é quando você gasta menos e guarda o dinheiro que sobrou naquele mês. Já investir é escolher um produto financeiro que mais se adeque ao ser perfil. Existem produtos financeiros de todos os tipos, desde os mais seguros até os mais arriscados, como a bolsa de valores, por isso, é necessário pesquisar bastante e contar com a orientação de um profissional. Faça um “boleto para você mesmo” e poupe, nem que seja um pouquinho todo mês para criar hábito. Se você for cooperado de uma Cooperativa Ailos, por exemplo, procure a nossa equipe e peça apoio, assim será possível entender quais produtos são mais adequados para a sua realidade.

Se programar também vale para o lazer!

Os sonhos se realizam por meio das nossas escolhas e esforços. Por isso não podemos agir só com a emoção do momento. Para realizar nossos sonhos precisamos de metas e assim, vamos nos dedicando e poupando durante os meses para alcançar aquilo que queremos. É claro que mesmo durante os meses, temos gastos que não são essenciais, isso faz parte. Precisamos fazer com que esses gastos sejam pensados com cuidado, para não nos trazer dívidas indesejáveis no futuro, ou ainda impedir que venhamos a realizar projetos importantes simplesmente porque não nos organizamos o suficiente e não priorizamos o nosso objetivo.

Se você tiver interesse em aprender mais sobre finanças pessoais, pode acessar o curso gratuito disponível no Progrid EAD. Basta acessar www.progrid.coop.br.

Informações para a imprensa – Oficina das Palavras:

Elaíse Cidral – litoral5@grupoodp.com.br – + 55 (47) 9 9994-1265

Fonte: Ailos

Sabini da Silva Roncaglio

Enviado Por

SABINI DA SILVA RONCAGLIO

Imposto de Renda 2021: Aposentado do INSS já pode consultar extrato para declaração

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Os aposentados do INSS já podem consultar o extrato de rendimentos para fazer a declaração do Imposto de Renda de 2021. O documento está disponível no Meu INSS, que pode ser acessado pela internet, no site meu .inss. gov.br, ou pelo aplicativo com o mesmo nome.

O comprovante de rendimentos do ano de 2020 é um dos principais documentos de quem precisa entregar o IR neste ano à Receita Federal. No caso dos aposentados e pensionistas do INSS, dependendo do valor recebido em , será obrigado a declarar o imposto.

E, mesmo se a renda recebida for menor do que a exigida pela Receita para a entrega da declaração, se o segurado se enquadrar em alguma outra regra, ao declarar, será obrigado a informar o valor do recebido do INSS no ano passado.

Como consultar

Para conferir o comprovante de rendimentos, o segurado precisa acessar o Meu INSS. Quem não tem senha precisará gerar uma. Para isso, é preciso informar o CPF e responder a algumas perguntas que o sistema faz. Depois, a senha é gerada. Quem já tem senha precisa informar o CPF, a senha e, na tela seguinte, identificar as imagens que são solicitadas pelo sistema.

O acesso ao comprovante é feito na página inicial, no quadro “Serviços em Destaque”. Clique em “Extrato de Imposto de Renda”. Na página seguinte, aparecerá o “Ano calendário”, que deve ser o de 2020. Abaixo, estará o número de benefício do segurado e o tipo de aposentadoria. Clique sobre ele.

No extrato de rendimentos estarão o nome e CNPJ da fonte pagadora que, neste caso, é o Fundo do Regime Geral de Previdência. O CNPJ que deve ser informado no IR 2021 é 16.727.230/0001-97. No item 2 é possível ter acesso aos dados do segurado e, no item 3, aparecem os rendimentos tributáveis recebidos.

Quem tem direito à parcela isenta, como é o caso do aposentado a partir do mês em que faz 65 anos ou de quem recebe benefício por incapacidade, deve consultar o item 4, onde estarão os rendimentos isentos e não tributáveis.

Como declarar o IR 2021

A declaração do IR é enviada pela internet anualmente entre o início de março e o final de abril. Há regras que obrigam os cidadãos a declararem. No entanto, até agora, não foram informadas as normas e as datas de declaração. Procurada, a Receita Federal informou que “as regras ainda serão divulgadas”.

No ano passado, por causa da pandemia de coronavírus, o prazo para enviar a declaração foi estendido até o mês de junho.

Danielle Nader

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DANIELLE NADER

5 qualidades indispensáveis ao profissional contábil

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O papel do profissional contábil vem conquistando novos capítulos à medida que os sistemas de inteligência artificial vêem alcançando os escritórios. Por isso, quanto mais versátil for o contabilista, maiores as chances dele se tornar protagonista no mercado de trabalho.

É o que afirma a professora Lúcia Young, da ROIT, empresa que alia tecnologia e inteligência artificial dentro do perfil de tributação Lucro Real. Para ela, é preciso, também, ir além para poder fazer parte de uma tendência: a incorporação dos escritórios às grandes redes, movimento que já vem acontecendo com outros setores da economia. “Grandes empresas especializadas devem ter maiores condições de atender com mais excelência os grandes clientes”, diz.

Mas, seja qual for a área de atuação do profissional, quem opera no campo contábil vai precisar encontrar tempo para estudar mais, seja apostando em uma especialização ou até na realização de cursos breves e potentes. Captar os acontecimentos, fazer previsões, desenvolver habilidades e usar tudo isso favoravelmente são alguns dos pilares para a preservação do profissional, que está presente no Brasil desde o começo dos anos 1900.

“É preciso pensar fora da caixa”, resume Lúcia. O mercado tem espaço para qualquer bom profissional, antenado, com conhecimento e vivência, com visão, assertivo, preciso. É necessário ter garra, amar o que faz e dedicação para fazer cada vez melhor e, assim, se destacar”, completa.

Lúcia lista ainda seis qualidades que podem colocar em destaque o profissional. Como dica extra, ela deixa um conselho para quem está iniciando a carreira. “Foco, determinação, estudo constante. Esta é a fórmula”, sorri. Acompanhe:

1 – Conheça bem o mercado e atividade de seu cliente: é preciso entender bem como ambos funcionam e, com isso, encontrar possibilidades de ganhos tributários. Ser dinâmico, bom comunicador, atualizado e antenado;

2 – Sabia quais as novas tecnologias: Estar por dentro dos lançamentos e do que melhor irá auxiliar a prestar um serviço de boa qualidade, agilidade e precisão faz toda a diferença;

3 – Preste consultoria estratégica: O cliente gosta e precisa de segurança. Quanto mais por dentro dos negócios ele estiver, mais confiança terá no seu trabalho;

4 – Cuide do seu marketing pessoal e profissional: O importante é valorizar sua atividade e prestação de serviços;

5 – Atue com ética: Acima de tudo, tenha princípios e respeito. Isso é fundamental.

6 – Especialize-se no Lucro Real: não caia na armadilha clássica de Simples Nacional e MEI, porque tem muita gente. Tem mesmo, mas tem pouco dinheiro! O dinheiro em potencial está nas médias e grandes empresas.

Fonte: Engenharia de Comunicação

Liliane Scaratti

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LILIANE SCARATTI

Aumento do ICMS: o impacto econômico da pandemia nas contas de SP e reflexos para o cidadão

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Pautando-nos na clara definição da Ciência Econômica (de acordo com a FEA/USP), que é uma ciência social e estuda o funcionamento da economia capitalista, sob o pressuposto do comportamento racional do homem econômico, ou seja, da busca da alocação eficiente dos recursos escassos, dentre inúmeros fins alternativos, nunca nos restou dúvida de que o impacto econômico, provindo dos desdobramentos da pandemia do novo coronavírus, também afetaria as contas públicas do Estado de São Paulo.  E foi esta a motivação do governador João Dória ao instituir uma série de medidas de ajustes fiscais – com o amparo da Assembleia Legislativa deste estado – para cobrir um déficit estimado de R$ 10,4 bilhões no orçamento para o ano de 2021.

O cenário é de quedas nas receitas públicas e de consideráveis aumentos nas despesas destinadas à manutenção da saúde e assistência social à população. “Tudo para manter o equilíbrio entre receitas e despesas”, afirmou o governo ao promover as medidas de caráter temporário e/ou definitivas, com a promulgação da Lei n.º 17.293/2020, que afeta demasiadamente a vida e a renda do cidadão.

São destaques do pacote: a previsão de reorganização estrutural por parte das autarquias estaduais (inclusive com a extinção de várias delas e de entidades descentralizadas); a criação de um plano de demissão incentivada para servidores públicos; a possibilidade de a Procuradoria Geral do Estado realizar transações de créditos de natureza tributária ou não tributária; várias alterações em relação ao ICMS, ao ITCMD e ao IPVA – que afetam objetivamente a vida dos contribuintes, pessoas físicas (cidadãos) e pessoas jurídicas (empresas).

Especificamente em relação ao ICMS, que é o objeto da nossa atenção, temos a observar que a sua majoração – quer seja pelo instrumento do aumento real do imposto ou até pela redução dos benefícios concedidos à indústria, seja na saída de seus produtos finais (quando da venda)  ou então na compra de insumos ou matéria-prima (necessários para a produção de sua mercadoria final) com impostos majorados, resulta, clara e objetivamente, em aumento no preço de venda deste item, não só pelo fato da própria majoração deste imposto, mas porque este é um imposto que compõe a composição de precificação da venda (custo), e, sobre o custo, ainda existe incidência de outros impostos e contribuições em nota fiscal, quer seja o PIS, Cofins ou IPI, além daqueles previstos sobre o resultado das empresas.

Alertamos, porém, que a polêmica da majoração do ICMS não pode ser tratada como negativismo, não deve ser caracterizada como instrumento de defesa de projetos políticos, e merece uma ampla avaliação dos efeitos macroeconômicos, caso a caso, pois poderá inviabilizar a instalação e a manutenção de indústrias no Estado de São Paulo, uma vez que produtos semelhantes aos produzidos aqui, porém originários de outros estados da Federação, poderão chegar ao consumidor paulista em condições mais favoráveis, sem paridade de concorrência.

Ademais, comércios que já sofrem pelo esvaziamento de público, tais como bares e restaurantes, poderão ser ainda mais afetados (em especial aqueles que tributam pela alíquota fixa do ICMS) , assim como outras tantas atividades industriais e comerciais, igualmente sofrerão pela sensível diminuição na saída de seus produtos, uma vez que o cidadão já percebe sua renda prejudicada pelos sensíveis efeitos da oferta e demanda, pelo desemprego, pela suspensão de contratos de trabalho, afastamentos por doença e tantos outros desdobramentos provindos da pandemia da Covid-19, que afeta muito mais o cidadão, quando este se vê sem condições dignas de subsistência.

*José Donizete Valentina é presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP).

Eduardo Vella

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EDUARDO VELLA

Opção para desonerar a folha de pagamento deve ser feita até sexta

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As empresas que pretendem optar pelo regime da desoneração da folha de pagamento devem fazer a opção até o dia 19 de fevereiro. A data é a mesma da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB de janeiro de 2021.

Lembrando que a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta é uma contribuição social de natureza tributária, destinada a custear a previdência social e de competência da União Federal. Foi instituída pela Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011, posteriormente convertida na Lei º 12.546, de 14 de dezembro de 2011.

É importante lembrar que desde 1° de dezembro de 2015, por conta da Lei nº 13.161/2015, a utilização da desoneração da folha de pagamento é facultativa. Isso significa que contribuinte pode escolher qual a melhor forma de tributar a Contribuição Previdenciária Patronal – CPP: a maneira usual – contribuição sobre a folha de pagamento ou se pela forma desonerada – contribuição sobre a receita.

A opção será irretratável para todo o ano calendário.

Fonte: Portal Dedução

Jussara Barni

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JUSSARA BARNI

Banco Central independente no Brasil

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Após alguns anos de discussão no Brasil, no último dia 10 de fevereiro de 2021 a Câmara dos Deputados aprovou a proposta de independência do Banco Central, estabelecendo como objetivo preliminar assegurar a estabilidade de preços, além de fomentar o pleno emprego. Após discussão no Senado e Aprovação na Câmara dos Deputados, o texto segue para sanção do Presidente da República.

Um dos pontos básicos do texto aprovado é em relação ao mandato dos dirigentes do Banco Central, que serão fixos, com duração de quatro anos tanto para o Presidente quanto para os oitos Diretores, sendo que o mandato do Presidente deve começar sempre no terceiro ano de mandato do Presidente da República, diferentemente dos diretores, que começarão nos quatros do mandato do Presidente da República.

Para entender essa grande mudança, é preciso compreender a importância do Banco Central, responsável pelo funcionamento do Sistema Financeiro Nacional, pela regulação do setor financeiro e por garantir a manutenção do fluxo de recursos no País, sendo, portanto, gestor da política econômica brasileira.

Banco Central

Sua atuação não é isolada, agindo conjuntamente com outros órgãos do sistema financeiro brasileiro, cumprindo as diretrizes monetárias e as metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A interferência política na instituição poderia desvirtuar o pensionamento real do mercado financeiro interno e externo, por exemplo, nas definições do estabelecimento da meta da taxa de juros básica da economia, a Taxa Selic, que devem seguir as bases da política monetária do País, regulando o fluxo de recursos dentro da economia, e não como instrumento político. Outra função importantíssima é o controle da base monetária do País, portanto o controle da liquidez da economia.

Em outras palavras, a base monetária é o total de moeda em circulação mais as reservas dos bancos comerciais mantidas no Banco Central. Estas reservas bancárias compreendem a parcela do depósito bancário à vista, a prazo e o depósito em poupança. Com isso, o Banco Central pode alterar o percentual da reserva bancária para mais ou para menos, injetando ou retirando dinheiro da economia. A interferência política na instituição, portanto, poderia criar um movimento recessivo, restringindo o crédito com o aumento da reserva bancária ou estimulando o crédito com a redução da reserva bancária, sem levar em conta a devida realidade da economia, como já aconteceu no passado.

No controle da base monetária ainda se encontra a emissão de moeda, que tem objetivo finalístico financeiro e não político, ou seja, a função da emissão de moeda pelo Banco Central é de gerir a demanda de dinheiro para o mercado financeiro. Essa gestão faz com que o Real tenha a quantidade correta de moeda na economia, regulando seu valor. Quanto mais dinheiro for emitido mais o Real perderá seu valor; o mesmo ocorre inversamente proporcional. Em governos passados, em que o Banco Central atuava em prol de interesses políticos, emitia-se moeda para pagar a dívida pública e criava-se processos inflacionários e desvalorização da moeda, com cortes de zeros e padrões monetários diversos. Por isso, a interferência política é prejudicial para economia nacional e, por sua vez, a todos nós.

Outra função importante do Banco Central é ser o executor da política cambial, fazendo a manutenção de ativos em moedas internacionais. Com a implantação do Real, um dos instrumentos que asseguram a estabilidade econômica são as reservas internacionais, conforme definido pelo próprio Banco Central:

As reservas internacionais são os ativos do Brasil em moeda estrangeira e funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente às suas obrigações no exterior e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais e interrupções nos fluxos de capital para o país.

Banco central independente

Após a sanção do Presidente da República, teremos um novo cenário, com um Banco Central voltado exclusivamente para o mercado financeiro nacional, sem pressões políticas e atuando como uma autarquia de natureza especial, sem qualquer vinculação a ministérios, de subordinação hierárquica.

Teremos ainda um período de transição da nova diretoria. Passados os 90 dias da sanção do Presidente da República, o governo poderá nomear os novos diretores. Caso se mantiverem os atuais, eles não precisarão passar pela sabatina do Senado. Caso sejam novos nomes, terão de ser sabatinados.

A autonomia do Banco central trará tanto para o mercado interno quanto externo a segurança da gestão das diretrizes monetária do País de forma única, um projeto da autonomia muito maior no controle de dinheiro na economia e maior estabilidade monetária.

Após 30 anos de discussão, teremos que nos adaptar a um novo cenário, com a independência do Banco Central e a uma regulação técnica, não mais política.

Alessandro Azzoni

Escrito Por

ALESSANDRO AZZONI

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