O varejista compra, vende e paga os tributos previstos em lei. A fórmula pode parecer simples, mas a gestão fiscal do varejo brasileiro é bem mais complicada do que parece.

Com inflação alta, baixo poder aquisitivo e crédito restrito, a solução é rever os processos para reduzir os custos e não precisar fechar as portas — pelo menos, até a tempestade econômica passar. Por isso, esta é a melhor hora de rever a gestão fiscal da sua loja de varejo!

Algumas práticas de gestão fiscal podem ajudar muitas empresas varejistas a se manterem competitivas, como é o caso de um bom planejamento tributário, controle fiscal eficiente, regime tributário adequado, pagamento de tributos devidos, cumprimento das obrigações acessórias e um bom planejamento de longo prazo com perspectivas fiscais e contábeis.

Fica difícil saber qual a real situação da empresa ou mesmo se ela está irregular com o Fisco, sem uma boa definição das metas. Em especial no varejo, em que a movimentação financeira demanda maiores cuidados pelo grande volume e as chances de algo dar errado ou o empreendedor se perder nos prazos das obrigações são bem maiores, levando a multas, juros e uma enorme dor de cabeça.

Por isso, conheça a seguir algumas dicas para melhorar a gestão fiscal da sua loja varejista, que o ajudarão a vencer os desafios diários. Acompanhe!

O que é Gestão Fiscal?

De uma maneira bem simples, gestão fiscal é o conjunto de ações e procedimentos administrativos voltados para o cumprimento das legislações tributárias. Sendo assim, ela é responsável pelas obrigações tributárias, escrituração fiscal e pagamento de impostos.

É importante saber que existem dois tipos diferentes de obrigações tributárias:

  1. Obrigação tributária principal: relacionada com a apuração e pagamento de tributos como taxas, impostos e contribuições.
  2. Obrigação tributária acessória: relacionada com a emissão de documentos fiscais, escrituração de documentos e uma série de informações que devem ser declaradas ao Fisco.

Uma função importante da gestão fiscal é ajudar na definição do seu regime tributário: Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional. Além disso, é um grande aliado na prevenção de autuações fiscais, administrando as informações para estarem sempre de acordo com a legislação e claro, contribuindo na saúde financeira do negócio.

Qual a importância da Gestão Fiscal?

Sabemos que o Brasil é um país que possui uma grande carga tributária e o seu regimento é um tanto complexo. Logo, para empreendedores sem grande experiência este é um assunto chato, complicado e que se resume a fatores de prejuízo de um negócio.

É por isso que se faz necessário ter pelo menos uma base de conhecimento para não correr o risco de tomar decisões precipitadas. Por exemplo, existem empresas que podem reduzir suas despesas ao se enquadrarem no regime Lucro Presumido e por falta de informação, acabam optando pelo Lucro Real adquirindo gastos desnecessários.

A relevância da gestão fiscal para o seu negócio será responsável por:

Disponibilizar informações precisas

Quando se adota uma rotina de gestão fiscal você obtém conhecimento sobre suas obrigações, sabe como aplicá-las e faz a retenção e o certificação daquilo que é devido. Você não vai precisar se deparar com despesas fiscais que aparecem de “surpresa”.

Auxiliar no recolhimento dos tributos

Fazer o acompanhamento garante identificar se os tributos a serem recolhidos estão em conformidade com o seu tipo de regimento e se estão dentro do prazo estabelecido.

Manter o negócio na formalidade

Para fugir da alta tributação e manter uma boa margem de lucro, muitos negócios operam de forma “clandestina” sem dar atenção a legislação tributária. Portanto, adotar uma gestão fiscal é uma alternativa para não colocar seu projeto em risco e ainda, fugir de multas e não cair no radar da Polícia Federal.

Economizar nos tributos

Se você atribuir o regime tributário correto para o seu negócio, o resultado terá impacto no seu lucro já que, dentre diversos fatores, vai evitar despesas com cargas tributárias desnecessárias. Além disso, você estará fazendo o recolhimento dos tributos de forma correta.

Quais os principais benefícios da Gestão Fiscal?

Estar em dia com o Fisco

Com uma boa gestão fiscal, todas as obrigações serão respeitadas e suas atividades serão executadas em conformidade e segurança perante a legislação. Sabe aquele ditado que diz “quem não deve, não teme”? A sensação é similar.

Tomar melhores decisões

Quando se está sob o controle das suas finanças, você enxerga tudo o que entra e para onde são destinados os seus recursos. Como essas informações, fica mais fácil tomar decisões levando sempre em consideração a saúde financeira da sua empresa.

Sabe aquela expansão que você sempre quis colocar em prática? Com uma boa gestão fiscal, essa tarefa torna-se menos trabalhosa de sair do papel.

Garantir a eficiência da gestão como um todo

A gestão fiscal também possibilita uma melhoria no gerenciamento de toda a empresa. Uma simples nota fiscal traz informações relevantes que quando bem organizadas, imprimem um reflexo das suas operações e oferece um norte para novos caminhos.

Dicas para uma Gestão Fiscal eficiente 

Quer saber como fazer uma gestão fiscal eficiente e estar em dia com o Fisco? Então, confira nossas dicas!

1. Fique de olho nas obrigações fiscais

O número de obrigações fiscais para o setor varejista só aumenta. Por isso, manter tudo organizado e controlado é o primeiro passo para uma gestão fiscal assertiva.

A boa notícia quando se trata do aumento de obrigações acessórias é que a grande maioria já faz parte de um processo automatizado, tornando-as mais racionais e mais fáceis — o que não significa que a preocupação diminui, muito pelo contrário. Entre as principais obrigações fiscais que os varejistas devem ficar de olho estão:

Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

A ECF veio para substituir a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). Trata-se de uma obrigação bastante complexa que exige que o contribuinte informe todas as operações que compõem a base de cálculo e o valor apurado de IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

A ECF demandará bastante atenção do varejista e, apesar de a sua entrega ter sido adiada para setembro de 2016, é preciso que a implementação comece desde cedo, capacitando profissionais e preparando o ambiente organizacional para as novas exigências.

Bloco K do SPED

Livro Registro de Controle de Produção e do Estoque — o Bloco K. Contribuintes terão que escriturar todas as notas fiscais de entrada de mercadorias e, também, as de uso interno. Apesar de a implementação ter sido prorrogada para 2017, é preciso que empreendedores comecem a se preparar para as mudanças, que não serão poucas.

eSocial

A entrega começou a ser obrigatória a partir de setembro de 2016 para empresas que possuem faturamento de mais de R$ 78 milhões anuais. O eSocial é um programa que facilita a validação, o armazenamento e a distribuição das informações prestadas por todo contribuinte (pessoa física ou jurídica) que tenha empregados.

2. Faça um bom planejamento fiscal

É imprescindível a adoção de um bom planejamento fiscal. Empreendedores que não levam em consideração aspectos tributários na sua gestão, por exemplo, não administram corretamente o ônus tributário ou mesmo não garantem uma economia legal do quanto que se tem que pagar de tributos ao governo (impostos, taxas e contribuições) e podem colocar em risco todas as etapas produtivas do negócio.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 50% das empresas fecham as portas em menos de 3 anos pelo mau planejamento fiscal. Por isso, é preciso colocar tudo na ponta do lápis: encargos fiscais incidentes nas atividades dos negócios, obrigações acessórias, bem como a criação de uma reserva que possa cobrir eventuais problemas — no caso de falhas internas que possam atrasar a entrega de uma obrigação acessória, gerando, assim, multa.

3. Pesquise sobre os benefícios fiscais

Nos últimos anos, o governo (federal, estadual ou municipal) vem concedendo benefícios fiscais a certas empresas. O objetivo é estimular uma determinada atividade ou um setor específico. Entre os benefícios, estão o direito à redução da alíquota do imposto, de compensação, de isenção, entre outros.

Por meio de projetos voltados para pesquisas, desenvolvimento e inovação tecnológica, as empresas podem usufruir dos incentivos fiscais e, ainda, alavancar os resultados do próprio negócio. Logo, é fundamental que os empreendedores conheçam as políticas de benefícios fiscais e a possibilidade de poder utilizá-los.

4. Escolha um regime tributário adequado

Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real? Na escolha de um regime tributário inadequado, a empresa pode pagar mais impostos do que deveria e, ainda, estar ilegal diante do Fisco.

Para o sucesso de qualquer tipo de negócio, é fundamental uma boa gestão fiscal. Uma opção malfeita pode comprometer seriamente a saúde do negócio.

A situação fiscal de uma empresa pode mudar de um ano para outro. Assim, é indispensável que o empreendedor realize um planejamento tributário periódico para saber quais modelos são aplicáveis e, ainda, se é o mais adequado.

É necessário que o contribuinte acompanhe os números de perto. Só assim será possível avaliar qual a melhor escolha e qual trará os melhores resultados.

5. Utilize um software de Gestão Fiscal

Inúmeras obrigações fiscais passaram a ser entregues em formato digital, dispensando qualquer tipo de documento físico. Com isso, é indispensável que empreendedores passem a contar com a automatização dos processos fiscais internos.

Com o uso de um software de gestão fiscal, é possível integrar não apenas todos os setores da empresa, mas também os sistemas. Assim, o controle e o monitoramento passam a ser mais eficientes, permitindo que as informações possam ser tratadas de forma mais ágil e, no caso de alguma irregularidade, sejam resolvidas rapidamente, evitando problemas com multas e sonegação fiscal.

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