O auxilio emergencial, programa criado pelo governo federal para ajudar as famílias de baixa renda durante a crise, acabou em dezembro.  Mas a discussão da extensão do benefício divide opiniões entre especialistas e políticos.

O candidato à presidência da Câmara, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), disse em entrevista à Agência Estado que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve fazer uma proposta de nova rodada do auxílio emergencial neste início do ano.

Segundo Baleia, cabe a Guedes e sua equipe apresentarem uma sugestão para que a volta do benefício seja feita dentro do teto de gastos, a regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação, com “responsabilidade fiscal”.

O candidato à presidência da Câmara diz que a sinalização de que haverá a volta do auxílio foi dada pelo seu oponente na disputa pela presidência da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL) e candidato do Palácio do Planalto.

“Quando Lira vem e copia o que eu falo, não acredito que ele tenha feito isso sem um comando do Palácio”, disse Baleia, que vem defendendo a concessão do auxílio.

Em entrevista nesta segunda-feira (18), Lira acenou com a possibilidade de prorrogação temporária do auxílio por um mês ou dois desde que “dentro de um novo Orçamento” e respeitando o teto de gastos. Ele deixou claro que isso tem de ser feito com o Orçamento aprovado. Ou seja, depois das eleições, marcadas para 1.º de fevereiro.

“Para um mês ou dois, estabelecendo um valor compatível, eu penso que o governo possa fazer”, disse Arthur Lira.

Novo programa social

O deputado Lira afirmou que defende a criação de um novo programa social, mesmo que seja necessário um mês ou dois de “ajuste” com a volta do auxílio emergencial. Ele defendeu a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) emergencial, que prevê uma série de medidas de ajuste, principalmente cortes de gastos com servidores, para bancar a retomada do benefício.

Na disputa pela Câmara, Baleia Rossi defendeu primeiro a prorrogação do auxílio, antes de dezembro, o que acabou provocando estresse no mercado com o risco fiscal e críticas de Lira. Depois, Baleia fez ajustes no discurso reforçando a responsabilidade fiscal. Ele defende que não dá para fazer o auxílio sem mexer nas despesas

No executivo, integrantes da área técnica do Ministério da Economia se preocupam com a dificuldade em encontrar espaço no Orçamento para fazer o ajuste. A avaliação é que não há espaço e que a pressão será mesmo pela edição de uma medida provisória (MP) com um crédito extraordinário.

Segundo fontes da Agência Estado, o atraso na vacinação e a piora da pandemia vai aumentar a pressão pela volta do auxílio emergencial vinda de fora do governo e do próprio Palácio do Planalto.

Ananda Santos

Enviado Por

ANANDA SANTOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui